quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Treino para elas.

Praticar corrida não é sempre a mesma coisa e as diferenças intensificam-se na comparação entre homens e mulheres
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De fato, treinar homens e mulheres na corrida é uma tarefa diferente. Cris Carvalho, treinadora de uma assessoria exclusivamente feminina, explica: “Mulher é mais tolerante ao desconforto, mais resistente à dor decorrente da natureza de ser mulher, mãe, de todas as dificuldades que têm com o período menstrual, além de toda oscilação hormonal quando comparada ao homem”.

Diferenças na corrida

Logo, essas particularidades não ficam apenas na fisiologia. A anatomia do corpo da mulher, com quadril mais largo do que o do homem, por exemplo, modifica o gesto esportivo e, assim, são necessários alguns ajustes. Esses centímetros a mais ocasionam o que é conhecido como “joelho em x”, compensado na pisada quando o pé encosta no chão de forma mais pronadora. E mais: ao realizar exercícios de força e técnica, as mulheres também têm mais dificuldade de equilibrar-se e acabam jogando o quadril para os lados.
“Na prática, a mulher precisará de mais força para desempenhar os movimentos da corrida com a mesma intensidade e volume que o homem. Justamente por isso é que a evolução da mulher na corrida se dá de maneira mais lenta, porque ela precisa, além de tudo, treinar seu corpo para desempenhar a força necessária”, explica o treinador Cláudio Castilho.
O padrão de um movimento de corrida mais eficiente espera uma extensão absoluta da musculatura dos quadris e, quando isso não é realizado, o corpo fica com seu centro de gravidade mais baixo, a popular "corredora sentada". “Isso pode ser decorrente da falta de força muscular ou da exaustão do esforço físico. Como o homem tem mais massa magra que a mulher e é mais ativo, este padrão é mais comum nas mulheres”, especifica Cris.
A continuidade do treinamento é a atitude mais importante para a eficiência dos resultados desejados. É melhor treinar um pouco diariamente do que muito forte esporadicamente. E o ponto positivo para as mulheres: no decorrer de um período de treino é muito mais fácil o homem quebrar a rotina, pela sua maior sensibilidade à dor e ao desconforto, do que a mulher.
“Corro por qualidade de vida e para explorar os meus limites. Por esse motivo, quando treino apenas entre mulheres, os parâmetros para evolução ficam mais corretos”, opina a executiva Isabel Amorim, 39.
O ortopedista Cristiano Laurino reitera: “Na pisada, alguns estudos observaram valores significantemente maiores nos parâmetros de pronação e ângulo de rotação interna do quadril, além da movimentação dos joelhos”. Para amenizar essas diferenças, Laurino sugere algumas dicas de treinamentos coadjuvantes à corrida: “Treinamento de força para os membros inferiores e tronco otimiza movimentos e minimiza estresses gerados na corrida. Os exercícios de fortalecimento excêntrico simulam fases da corrida em que as lesões ocorrem com mais frequência”.
Outra opção sugerida pelo ortopedista são os exercícios pliométricos: “Saltos para os membros inferiores geram benefícios na resposta neuromuscular durante a corrida e são efetivos na prevenção de algumas lesões musculoesqueléticas”.

Fonte: http://o2porminuto.uol.com.br/

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